Marroquinaria

Os árabes, que haviam ocupado todo o norte da África sob as ordens de Maomé e dos califas, introduziram na península Ibérica, a partir do século VIII, a indústria do couro artístico. Desde quando habitavam somente o deserto da Arábia, eram exímios criadores de carneiros e cabras. Começaram a curtir as peles desses animais, transformando-as no que chamavam de “marroquim”, ideal para a confecção de artefatos.

Influenciados por sua religião e natureza social, os árabes eram grandes viajantes – ainda hoje se organizam em caravanas pelo deserto – e se

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enriqueceram com o comércio na Europa e Ásia. Portanto, tinham necessidades de portar suas miudezas, artigos que comercializavam e suas moedas de ouro e prata. Assim, nas rotas de comércio e contrabando entre Gibraltar e o resto da Espanha, começou a surgir a marroquinaria primitiva: as petaquerias (petaca = baú de couro costurado com finas tiras do próprio couro). Durante a invasão árabe na Espanha, os couros de Córdoba tiveram justificada fama. A indústria do couro e marroquinaria continuam até hoje muito fortes naquele país.